A educação inclusiva gratuita é um direito de todos os portadores de necessidades especiais.
Isso com certeza é um avanço em relação ao passado, quando um jovem
portador de necessidades especiais era excluído da sociedade, sendo
mantido somente dentro de sua casa; além de não receber nenhum tipo de
educação e de não participar de contatos ou atividades sociais, muitas
vezes sendo até mesmo maltratado.
Entretanto, para que a inclusão de fato se concretize, é necessário que os professores estejam preparados para lidar com esse tipo de situação.
O art. 59, inciso III, diz que os sistemas de ensino devem assegurar
aos educandos com necessidades especiais “professores com especialização
adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado,
bem como professores do ensino regular capacitados para a integração
desses educandos nas classes comuns” (Brasil, 1996, p. 44).
Porém, não é isso que é verificado na realidade. Silva e Retondo (2008) citam Bueno (1999), dizendo que:
“de um lado, os professores do ensino
regular não possuem preparo mínimo para trabalhar com crianças que
apresentem deficiências evidentes e, por outro, grande parte dos
professores do ensino especial tem muito pouco a contribuir com o
trabalho pedagó¬gico desenvolvido no ensino regular, na medida em que
têm calcado e construído sua competência nas dificuldades específicas do
alunado que atendem” (SILVA e RETONDO, 2008, p. 28).
Por isso, torna-se urgente que os alunos de Pedagogia, de Psicologia,
das demais licenciaturas e todos os outros profissionais que terão
contato com os alunos portadores de necessidades especiais, recebam em sua formação esse preparo.
É necessário que todos fiquem “atentos para propostas pedagógicas que
auxiliem os docentes no melhoramento de suas concepções e fazeres
escolares” (SILVEIRA e SOUZA, 2011, p. 37).
Os professores enfrentam dificuldades não só em transmitir para esses
alunos as disciplinas específicas em suas áreas de formação, mas falta
também o próprio conhecimento “para lidar com a língua brasileira de
sinais (libras) e com a presença de intérpretes em suas aulas” (SILVEIRA
e SOUZA, 2011, p. 38). Isso se torna ainda mais complicado quando se
trata de professores de ciências, como a Química, pois enfrentam grandes
dificuldades em lidar com a construção do conhecimento científico
voltado para esse grupo específico. Por exemplo, os alunos surdos sofrem
muito com essa questão, porque a Química contém uma linguagem
específica, que muitas vezes não tem como ser traduzida para LIBRAS,
dificultando, assim, a construção do conhecimento.
Segundo Silveira e Souza (2011, p.38), o resultado é que mesmo estando
em sala de aula, muitos alunos com necessidades especiais acabam sendo
apartados ou excluídos – ocorre um distanciamento deles, que não
conseguem dar continuidade aos estudos.
Graduada em Química
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